É a primeira fábrica de regeneração de óleos usados a ser instalada em Portugal. A nova unidade vai ser instalada Eco-parque do Relvão, na Chamusca, e terá capacidade para tratar 20 mil toneladas de óleos lubrificantes usados de motores, máquinas e turbinas, como explicou ao jornal Público o responsável pelo projecto, Rui Lopes, engenheiro da Enviroil, empresa participada da SUMA (do Grupo Mota-Engil). O contrato promessa de compra e venda do terreno para a fábrica foi assinado esta semana com a EGEO.
Esta unidade vai recuperar os lubrificantes através da descontaminação e fragmentação dos óleos que os compõem, ajudando a resolver o problema da solução a dar a estes produtos, que são o fluxo de resíduos perigosos produzido em maiores quantidades no nosso país.
Actualmente, são recolhidas cerca de 30 mil toneladas destes óleos. Metade segue para a unidade actual da Enviroil onde são queimados para produzir electricidade; entre seis a sete mil toneladas são exportadas para regeneração e o resto é usado na indústria cerâmica.
A nova unidade ambiciona tratar entre 60 a 75 por cento do óleo recolhido, ultrapassando largamente a meta legal que, desde 2003, estabelece um mínimo de 25 por cento de regeneração destes produtos. Por enquanto, «a legislação não é muito encorajadora», declarou Rui Lopes ao Público. «Não temos garantias do Ministério do Ambiente mas já lhe demos conta das nossas preocupações e acredito que estão cientes dos desafios que temos pela frente. Só conseguimos competir com tecnologia idêntica, nunca com a incineração, porque este é um processo caro», esclarece.
Fonte do gabinete de imprensa do Ministério do Ambiente confirmou ao Público que «está a ser equacionado o aumento das metas, no contexto da transposição da Directiva Quadro dos Resíduos, que está em curso».
A unidade será construída de forma faseada, conforme a evolução do mercado, e deverá entrar em funcionamento no final de 2011. No entretanto, a Enviroil prevê que, no futuro, possa reconverter a sua unidade actual em Torres Novas e deslocalizá-la para a Chamusca. A unidade, a funcionar há cerca de dez anos, «tem a tecnologia que era a solução à data. Esta nova unidade representa a evolução natural».
fonte:ambienteonline