Reciclagem

Outubro 21 2010

Nas escolas do primeiro ciclo da Roménia, os estudantes aprendem a reciclar papel e levam a lição muito a sério. Já sabem que esta é a melhor maneira de salvarmos as nossas florestas. Mas a reciclagem do papel ajuda também na poupança de energia, água e protege o ambiente.

Em Bucareste, como na maioria das cidades europeias, há entidades que fazem a recolha do papel usado. Elas têm um papel importante na sociedade.

Mihai Ciurevici, economista romeno, trabalha nesta área na Roménia e explica: “tentamos ensinar os nossos colaboradores mas também as crianças nas escolas onde recolhemos papel. Precisamos que elas aprendam que se nos derem o papel já seleccionado é mais fácil reciclá-lo”.

O papel é levado para um centro, em Bucareste, onde é descontaminado, ou seja, é separado aquele que tem tinta, agrafos, clips ou elásticos. Na triagem é dividido por tipologia de material.

Depois deste processo parte para fábricas de reciclagem como a de Adjud, uma das maiores do país.

No processo de reciclagem é preciso ter em consideração que o papel não é todo igual.

“A quantidade de papel recolhido não é a mesma em todos os países europeus e nem em regiões diferentes. E mesmo o próprio papel recolhido não é o mesmo e depende do local na Europa onde foi feita a recolha, depende da cultura do país e está relacionado directamente com o quanto os cidadãos respeitam o ambiente”, afirma Cristian Banarie, engenheiro mecânico nesta unidade.

A Áustria é um paradigma na reciclagem dentro da União Europeia. Em Linz, cientistas e engenheiros construíram uma máquina para potenciar o processo de triagem.

O «Sort it» é um projecto da União Europeia para separar o papel do plástico mas também o cartão do papel.

Jean-Ives Escabasse, é o coordenador deste programa. “O cartão, as caixas de papelão, que usamos para fazer caixas de cartão reciclado têm características que tornam este material inútil para fazer papel de jornal. Mas é o melhor para fazer cartão canelado. Dito de outra maneira, as fibras usadas para fazer um jornal, fibras que encontramos no papel impresso usado, são brancas, curtas e têm minerais. Por isso são perfeitas para fazer papel de jornal mas é inútil para fazer cartão. O cartão feito com papel de jornal não é suficientemente forte”, explica Escabasse.

O papel errado, utilizado de forma errada impede a indústria de melhorar a sua produtividade e de reduzir o custo económico da reciclagem. Dois pontos-chave que tornam o papel reciclado mais atractivo para os mercados que papel novo feito a partir de madeira.

Por isso, uma triagem eficaz do papel é fundamental. O «Sort it» faz isso mesmo.

Daniel Sandu, engenheiro eléctrico, explica: “a tecnologia de detecção que nós usamos aqui é a 
espectroscopia de infravermelhos. Quando o papel é iluminado por uma lâmpada de halogéneo, todos os materiais orgânicos começam a vibrar e, de acordo com a sua composição, transmitem uma impressão digital espectral. É algo típico que cada material tem de acordo com a forma como foi produzido e com a sua composição. Isto permite-nos fazer a diferenciação entre os materiais não impressos e impressos. Tivemos um desafio adicional que foi desenvolver um sistema de sensores que tornasse este processo básico, que é usado em laboratório, tão rápido que permitisse triar toneladas e toneladas de papel, por hora, com uma grande precisão”.

A máquina está a ser afinada e, de acordo com os seus criadores, será completamente automática quando estiver terminada.

Para Jean-Ives Escabasse, “o futuro é criar fábricas como esta, de âmbito local, de acordo com as necessidades, ou seja, quantidade de papel a reciclar e a transportar. Deveriam ser instaladas próximo das fábricas de reciclagem. Onde as pessoas que reciclam o papel estão”.

A meta é melhorar a recuperação de papel usado e aumentar a taxa de recolha em toda a Europa porque o «Sort it» pode ser adaptado às especificidades de cada região. As vantagens para o ambiente são inúmeras.

Tatjana Karpenja, engenheira ambiental não tem dúvidas: “quando se faz papel a partir de fibras virgens é preciso cozê-las para que fiquem brancas antes de serem processadas. Mas quando falamos sobre usar papel reciclado velho saltamos certos processos e fazendo-o, economizamos energia, recursos, substâncias químicas e água”.

Na fábrica romena de reciclagem este projecto da União Europeia é visto com bons olhos.

Em Adjud, o sucesso do processo de reciclagem depende, em grande parte, da forma como é feita a selecção do papel recuperado.

Para Cristian Banarie “os resultados futuros deste programa são muito importantes porque podem ajudar-nos a reciclar a partir de um papel melhor triado. Isso leva-nos a reduzir o consumo de energia e água, ajuda-nos a proteger o ambiente e dá-nos um produto final de melhor qualidade”.

Este rolo é o produto final, o papel reciclado que depois será usado para fazer, por exemplo, caixas de cartão.

O ciclo da reciclagem está fechado. O cartão pode voltar para o mercado a metade do preço daquele que é fabricado com fibras novas.

Jean-Ives Escabasse afirma: “há 50 anos vivemos numa sociedade de consumo. Devemos garantir que este período de tempo, que vai da Segunda Guerra Mundial até aos nossos dias e no qual desperdiçámos os nossos recursos, não se prolongue na vida da Humanidade. Reciclar é a única forma de garantir um desenvolvimento económico sustentável”.

E de poupar o ambiente. Para produzir uma tonelada de papel virgem são necessárias mais de 20 árvores. A produção de papel reciclado consome menos cerca de 50% de energia e a poluição do ar é reduzida em, aproximadamente, 95%.

fonte:pt.euronews

publicado por adm às 22:00

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