Reciclagem

Outubro 15 2010

Mais de 287 mil carros velhos foram reciclados desde 2005

 

Um carro velho pode renascer como torradeira e um pára-brisas pode ser um serviço de chá, desde que passem pelos centros de abate, onde mais de 287 mil automóveis já foram reciclados desde 2005.

Cumprindo uma directiva europeia sobre veículos em fim de vida, as 420 mil toneladas de resíduos provenientes destes automóveis, considerados resíduos perigosos, foram sujeitas a reciclagem e os ácidos, óleos, chumbo e outros poluentes foram recolhidos, uma realidade que os ambientalistas aplaudem, sem deixar de apontar falhas no sistema.

Em seis anos, mudou a lei, que passou a impor que os centros de desmontagem e reciclagem tenham licença e contrato com a Valorcar, uma entidade privada cujo capital é maioritariamente detido pela Associação Automóvel de Portugal.

Ricardo Furtado, director da Valorcar, lembrou também que o Estado "simplificou o processo de licenciamento" e introduziu o Imposto Único Automóvel, penalizando os proprietários que não cancelem a matrícula, que têm que continuar a pagar.

Além disso, os proprietários que entreguem os veículos com mais de dez anos a centros autorizados têm direito a descontos na compra do carro novo.

Mas nem todos os carros passam pelo sistema, alerta Pedro Carteiro, da organização ambientalista Quercus.

"O Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres continua a deixar cancelar matrículas sem o certificado de destruição que só um centro licenciado pode passar", afirmou, acrescentando que "não há garantias de que o automóvel seja devidamente desmantelado".

A melhorar, "buracos" na lei como o que permite que um automóvel "topo de gama acidentado" possa ter a matrícula cancelada sem garantia de que seja abatido, o que potencia "o negócio" de quem se dedica a pôr esses veículos novamente a circular, referiu.

Ricardo Furtado salienta que desde 2004, quando o Estado passou a intervir, o número de estabelecimentos aumentou "de quatro para 64" licenciados e a lógica do mercado deixou de ser "só a do lucro".

"Mas há operadores ilegais no mercado, é assim que os carros desaparecem das estatísticas. A solução não será encerrar empresas, mas garantir que estas cumprem os requisitos", defendeu.

O director da Valorcar acrescentou que "as pessoas acabaram por também se adaptar a uma nova realidade e, se antes abandonavam os carros na via pública por não terem alternativa, hoje podem andar meia dúzia de quilómetros até ao centro mais próximo e deixar lá o veículo de graça, com a garantia do cancelamento da matrícula e do registo".

Ricardo Furtado referiu que "o próprio Eurostat coloca Portugal em nono lugar entre os 27 na taxa de reciclagem de veículos", indicando que, segundo a directiva, a taxa de reciclagem de cada veículo deverá subir dos actuais 85 por cento para 95 por cento em 2015.

Através da reciclagem, vidros, metais, plásticos e todos os outros materiais e componentes de um automóvel podem ser reaproveitados para a indústria automóvel ou para qualquer outro sector, de acordo com as necessidades do mercado, explicou.

fonte:autoportal

publicado por adm às 21:53

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