O faturamento líquido da indústria de Politereftalato de etileno (PET) brasileira alcançou o montante de R$ 3,38 bilhões em 2009, o que representou um avanço de cerca de 6% frente aos R$ 3,18 bilhões registrados no ano anterior.
As informações foram divulgadas hoje pela Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) e revelaram uma elevação de mais de 7% no consumo aparente de PET no país, para 521,8 mil toneladas no ano passado.
"Temos que lembrar que isso era o pico da crise, mas os produtos que usam PET atendem muito à classe C, e não sentiram em demasiado os efeitos da retração", afirmou o presidente da associação, Auri Marçon.
A indústria de PET é formada basicamente pelas fabricantes de pré-forma (forma usada para fazer a garrafa PET), pelas empresas recicladoras e pelas fabricantes de resina. Não há o levantamento exato de quantas empresas compõem a indústria brasileira de PET - já que a área de pré-forma é muito pulverizada - mas sabe-se que o setor emprega cerca de 40 mil funcionários direta e indiretamente.
O segmento de resina hoje é monopolizado pelo grupo MG no Brasil, mas tem expectativas de um novo entrante com a construção pela Petrobras do projeto Petroquímica Suape, em Pernambuco.
A área de resinas atende principalmente à produção de embalagens para refrigerantes, água mineral e óleo de cozinha. Sua capacidade produtiva no Brasil alcançou 550 mil toneladas em 2009, ante as 450 mil toneladas verificadas em 2008, mas a associação prevê um total de 1 milhão de toneladas até 2013.
O segmento de reciclagem, por sua vez, é um grande impulsionador da indústria de PET brasileira. Com 182 empresas espalhadas em todas as regiões brasileiras, registrou um avanço de 3,6% no volume de embalagens de PET reciclada em 2009, totalizando 262 mil toneladas. Em 2008, o volume do produto que recebeu destinação ambientalmente adequada somava 253 mil toneladas.
Isso significa que o total de PET reciclado pelo Brasil corresponde a 55,6% das 471 mil toneladas do produto passível de ser reciclado no país. "Esse resultado é um dos maiores no mundo", afirmou Marçon. Nos EUA essa proporção marcava 28% em 2009, enquanto no México era de 18% e no Japão ficava em 77,9% em 2008 (últimos dados disponíveis).
A associação afirma que, no entanto, os resultados da indústria de PET poderiam ser muito melhores se houvesse processos de coleta de garrafas usadas mais avançados. "As empresas afirmam que ainda é difícil a captação de PET", acrescenta. Mesmo assim, Marçon afirma que acredita em um crescimento de dois dígitos no volume de reciclagem em 2010.
fonte:oglobo