Reciclagem

Setembro 26 2010

A reciclagem de ferro e aço é uma das formas de reaproveitamento mais antigas do mundo. Já no Império Romano, os soldados recolhiam utensílios e armas após guerras para serem refundidos. E quanto mais foi aumentando a utilização do ferro, mais a reciclagem desse material foi crescendo. Hoje, as empresas e profissionais que trabalham com isso são chamados de recicladores, mas eles, na verdade, são os antigos sucateiros. Quem era criança há 30 anos deve lembrar o carroceiro gritando: “garrafeiro, metaleiro, ferro velho...”. Estes charreteiros que circulavam, inclusive em cidades grandes, eram a ponta desse processo. As empresas de sucatas começaram a surgir no Brasil na década de 40, quando a indústria brasileira se consolidava. É um mercado razoavelmente pulverizado, mas ainda concentrado na região sudeste. Segundo o Sindicato do Comércio Atacadista de Sucata Ferrosa e Não Ferrosa do Estado de São Paulo-SP (Sindinesfa), 49% das empresas de sucata estão em São Paulo e 13% se dividem entre o Rio de Janeiro e Minas Gerais.

 

Ferro velho
Luís Indriunas
Do fogão à latinha,
há muita coisa no tal "ferro velho"

Bom, antes de continuar o assunto, vamos falar um pouco sobre os produtos que usam ferro ou aço. São vários, muitos mesmo. Autopeças, latinhas de produtos alimentícios, latas de outros produtos como tintas, grades, esquadrias, alicerces de construções, enfim o aço e o ferro estão em vários lugares. Da mesma forma que o leque de produtos é grande. Também é grande as opções de destinos para o tal “ferro velho”. Se você tiver curiosidade, entre no Google ou outro mecanismo de busca e digite palavras como sucata ou ferro velho para ver a quantidade de empresas que trabalham com venda e compra desses materiais.

Assim, a reciclagem de ferro, na verdade, tem muito a ver com reaproveitamento. O ComoTudoFunciona visitou uma fábrica de sucatas. Nela foi possível ver, tanto retalhos das siderúrgicas que mandam para elas, quanto lingotes de ferro, que voltam para as siderúrgicas. A sucata é responsável por mais de um quarto do material que sai novinho em folha no país. Em 2006, das 31 milhões de toneladas de aço produzidas no Brasil, 8,3 milhões foram utilizadas, ou seja, 26,7% do novo aço produzido. (Fonte: Cempre)

Além de ser uma mão na roda para quem produz, a reciclagem de aço colabora para o ambiente. Cada tonelada de aço reciclado representa uma economia de 1.140 quilos de minério de ferro, 154 quilos de carvão e 18 quilos de cal (Fonte: Reviverde).

Há, na verdade, dois processos diferentes de reciclagem de aço no Brasil. Um voltado apenas para o reaprovimento das latas de aço e outra, para uso das siderúrgicas em geral. Veja na próxima página mais detalhes.

O processo de reciclagem

A participação das latas de aço para bebidas no mercado brasileiro é bem pequena. Representam 5% do mercado, concentrados principalmente no nordeste brasileiro (Fonte: Abeaço). Vale lembrar, no entanto, que outros produtos, alimentícios ou não, usam latas de aço.

O seu processo tanto de captação quanto de beneficiamento é muito semelhante ao da lata de alumínio, com a ponta do processo nos catadores e final na própria chapa de aço. O aço leva desvantagem porque os catadores acabam recebendo menos pelo aço do que pelo alumínio. Mesmo assim, as latas de aço alcançaram um índice significante de reciclagem: cerca de 85% em 2006 (Fonte: Reciclaço).

Já os outros materiais com aço tomam um  rumo diferente. Bom, antes de mais nada, assim que os caminhões chegam nas fábricas com o material, eles são examinados para verificar se não há nenhum material radioativo.

 

Detector de radioatividade
Luís Indriunas
Os caminhões passam pelo detector de radioatividade


Muitos canos e vigas chegam nas fábricas e depósitos e acabam não sendo processados, já que tem utilidade da forma que estão. Já, eletrodomésticos e outros produtos com aço acabam passando por uma triagem. Muitas vezes, o próprio catador  retira várias peças que lhe interessam como, por exemplo, o motor da geladeira. Quando esse material vai para a indústria já está digamos “bem limpo”. A forma como esse material será reciclado vai depender invariavelmente das leis do mercado. Como no caso das vigas, se houver demanda a fábrica entrega as vigas sem processa-las.

 

Canos para reaproveitamento
Luís Indriunas
Em muitos casos, os canos são aproveitados
sem ter que ser remodelados, cortados ou fundidos


Em outros casos, como no da foto abaixo, grandes chapas são cortadas para ser processada.

 

Na sucataria
Luís Indriunas
Funcionário corta a chapa para melhor aproveitá-la na sucataria


O reprocessamento começa normalmente com a separação de tipos de sucata. Há as com muita “sujeira” como tintas, colas, plástico e outros materiais e há as mais “puras” como os retalhos que vêm das próprias siderúrgicas. A necessidade de separar vem dos pedidos de pureza do produto para cada cliente da sucateira. Daí por diante, os processos são muito parecidos. Veja alguns passos.

 

 

Esteira
Luís Indriunas
O material passa por uma esteira e são cortados.



 

 

Esteira
Luís Indriunas
Em alguns casos, o material passa por uma esteira para ser prensado.

 

 

 

Material pronto após reciclagem
Luís Indriunas
Uma das formas de mandar esse material é em pequenos
cilindros como esse para serem refundidos


Prontas as peças são levadas para as siderúrgicas que vão refundi-las em fornos a 1.550 º C.

fonte:"HowStuffWorks - Como funciona a reciclagem de ferro".  Publicado em 06 de outubro de 2008  (atualizado em 13 de novembro de 2008) http://ambiente.hsw.uol.com.br/reciclagem-ferro.htm  (26 de setembro de 2010)

publicado por adm às 17:29

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