O lixo entra misturado na máquina e sai separadinho: parte vai para o aterro, parte para reciclagem. A "mágica" é de um equipamento importado da Finlândia pela Estre Ambiental, dona de nove aterros no Brasil. Ele foi instalado no aterro de Paulínia, a 117 km da capital.
Quem explica o funcionamento é um empolgado Pedro Stech, diretor da Estre. "O equipamento separa automaticamente o resíduo. Vou tirar 40% do peso do material que eu levo para o aterro, que representa 60% do volume. Com isso, aumento muito a capacidade do aterro."
Como se vê, é uma jogada econômica: aumenta-se o lixo a ser vendido para reciclagem e aumenta-se a capacidade do aterro de receber resíduo. No fim, o que era lixo em casa vira dinheiro para a empresa.
A máquina consegue processar 1.000 toneladas de lixo por dia. Deve começar a funcionar em breve. O investimento supera R$ 30 milhões. É a primeira máquina do tipo na América Latina e completa o perfil ecologicamente correto do aterro de Paulínia, considerado modelo.
O chorume é drenado e processado. Os gases são queimados -a empresa espera autorização da ONU para transformá-los em energia. Tudo isso vira crédito de carbono, vendido no mercado financeiro internacional para empresas poluidoras europeias.
Da Folha de S. Paulo