Reciclagem

Setembro 27 2012

País consolida posição entre os líderes mundiais da atividade e se destaca na variedade de produtos

Tubulações, torneiras e telhas são alguns dos produtos alternativos que são produzidos a partir do PET reciclado Fotos: Divulgação /Abipet

A reciclagem das embalagens Poli (Tereftalato de Etileno), ou simplesmente PET, como as garrafas de refrigerantes, água mineral e óleo de cozinha descartáveis, está em franca ascensão no Brasil. O encarregado de relações com o mercado da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), Hermes Contesini, explica que há, hoje, aproximadamente 500 recicladores de PET no País, isso descartando os que reciclam esporadicamente ou em volumes pequenos.

A evolução da reciclagem é impressionante: em 2004 foram recicladas 167 mil toneladas, com uma taxa de 18,8% de reciclagem; e, em 2011, foram 294 mil toneladas, taxa de 57,1%. A principal origem do resíduo declarada no censo foi catadores (47%), seguida por cooperativas (21%). Os outros juntos somaram 39%.

O volume total reciclado em 2011 corresponde a um aumento de 4,25% em relação às 282 mil toneladas recicladas em 2010. Esse índice é mais do que o dobro do crescimento registrado na produção de novas embalagens, que mesmo enfrentando a crise mundial, foi de 2% em 2011. Atualmente, com faturamento de R$ 1,2 bilhão, a reciclagem responde por mais de um terço de todo o faturamento da indústria do PET no Brasil.

Destinação

O mercado têxtil continua sendo o principal destino de todo o PET reciclado no Brasil (39,3%). Dentro desse universo, em 2010, foi de 43% para não-tecidos, 30% para tecidos-malhas e 27% para cerdas, cordas e monofilamentos. Os dados são do 8º Censo da Reciclagem do PET no Brasil 2011. Foram ouvidos 409 recicladores ou aplicadores, a maioria no Sudeste ou Sul, sendo 178 em São Paulo, 45 em Santa Catarina, 39 no Rio Grande do Sul e 32 no Rio do Janeiro. No Nordeste, são 36 recicladores, em sete Estados, com destaque para Pernambuco (10), Bahia e Ceará (cada um com 8).

Segundo Contesini, isso aconteceu porque se estabeleceu uma cadeia integral. Mas o PET chegou ao Brasil na forma como mais o reconhecemos, a embalagem, com 20 anos de atraso, e, com isso, a participação da resina não-virgem na produção de têxteis foi se ampliando. Um dos fatores de crescimento da reciclagem do PET é a facilidade de identificação, já que 80% das embalagens de água, refrigerante e óleo são feitas do material.

Contesini destaca, no entanto, que, paralelamente, o Brasil, em virtude grande versatilidade do material, é o País que mais desenvolveu aplicações para a o PET pós-consumo no Planeta. "Hoje essa indústria já trabalha com ociosidade pela falta de garrafas coletadas", avalia.

Ele conta que, lá no início, entre 1994 e 1995, o PET era visto como um plástico qualquer, a reciclagem era feita com adaptação de equipamentos, pagava-se relativamente pouco pelo material porque o catador não tinha acesso direto ao reciclador. Hoje, de acordo com o Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), o PET só perde em valor para o mais cobiçado de todos os materiais da reciclagem: o alumínio.

A maior parte dos produtos feitos de PET reciclados está no setor têxtil, incluindo tecidos

Neste sentido, ressalta que o mercado ainda depende de iniciativas muito pulverizadas e que o catador coleta e vende o que a eles interessa, com um poder de ação limitada, complementando as ações públicas. Eles seriam muito melhor aproveitados, como profissionais capacitados que são, em centros de triagem", acredita.

O material, que é um poliéster termoplástico, tem como características a leveza, a resistência e a transparência, ideais para satisfazer a demanda do consumo doméstico de refrigerantes e de outros produtos, como artigos de limpeza e também comestíveis em geral.

O material foi desenvolvido em 1941, pelos químicos ingleses Whinfield e Dickson. Mas as garrafas produzidas com este polímero só começaram a ser fabricadas na década de 1970, após cuidadosa revisão dos aspectos de segurança e meio ambiente envolvidos.

No começo dos anos 80, Estados Unidos e Canadá iniciaram a coleta dessas garrafas, reciclando-as inicialmente para fazer enchimento de almofadas. Com a melhoria da qualidade do PET reciclado, surgiram aplicações importantes, como tecidos, lâminas e também as garrafas para produtos não alimentícios.

O potencial de todos esses mercados é confirmado pelos 409 recicladores entrevistados. Desses, 42% afirmam que o setor têxtil continuará apresentando o maior crescimento na utilização do PET reciclado. Para outros 33%, as embalagens de alimentos representam o segmento mais promissor para a reciclagem do PET. A novidade é que 8% desses recicladores acreditam que as aplicações técnicas para o mercado automotivo ganharão destaque ao longo dos próximos anos.

fonte:http://diariodonordeste.globo.com


publicado por adm às 23:11

Setembro 27 2012

A Lipor -Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto acumulou em seis anos 502 toneladas de tampas em plástico de embalagens, para reciclagem, resultando numa receita de mais de 327 mil euros.

A Lipor decidiu associar-se em 2006 ao movimento nacional de recolha de tampinhas, encontrando-se, desde então, a recebê-las e a canalizá-las para a reciclagem. O valor da venda das tampinhas reverte integralmente a favor da compra de material/equipamento ortopédico e similar para doação a instituições e particulares com comprovada necessidade. 

Entre Abril de 2006 e Dezembro de 2011, no âmbito da realização de sete fases da Operação Tampinhas, a Lipor apoiou 269 entidades com um total de 895 equipamentos. 

No âmbito deste projecto, a Câmara da Maia e a Lipor entregaram, quarta-feira à tarde, duas cadeiras de rodas. 

As tampinhas a entregar na Lipor devem ser obrigatoriamente de plástico, preferencialmente de líquidos alimentares, e devem ser acondicionadas em sacos de plástico transparentes limpos. 

A Lipor é a entidade responsável pela gestão, valorização e tratamento de resíduos urbanos produzidos por oito municípios do Grande Porto (Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde).

fonte:http://ecosfera.publico.pt/

publicado por adm às 23:10

Setembro 05 2012

A Usifort é pioneira do Nordeste na reciclagem dos resíduos que antes eram despejados em aterros sanitários

Em 1977, o empresário Marcos Kaiser levou para o Sindicato da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE) uma ideia que soou como utópica e sem chances de ser concretizada. Ele propunha o uso de todo o entulho das construções demolidas para a fabricação, após processo de reciclagem, de novos imóveis.


Maquinário da usina é capaz de separar o concreto do ferro dentro da obra demolida fotos: JL Rosa

Os mais céticos chegaram a dizer que "o cara era um lunático, um louco". Passados 15 anos, o "devaneio" se transformou num rentável negócio e, o que é mais importante para a sociedade, trazendo ganhos para a natureza, que é poupada para obtenção de matéria-prima a ser usada no processo produtivo de novos materiais de construção.

Pioneira na região do Nordeste, a Usina de Reciclagem de Fortaleza (Usifort) vem expandindo suas atividades e atualmente é capaz de processar 200 toneladas de resíduos por hora.

Sem impacto

"Hoje, a Política Nacional de Resíduos Sólidos torna obrigatório o aproveitamento de tudo aquilo que pode ser reutilizado. Ela, portanto, tornou o reúso e a reciclagem obrigatórios. Em relação aos entulhos, os ganhos são expressivos pois, além de evitarmos novas intervenções danosas na natureza, evitamos, por exemplo, o impacto de mais caminhões rodando, gastando combustível e produzindo monóxido de carbono", explica.


Através do uso de tratores, o entulho, já parcialmente triturado, é encaminhado até uma pulverizadora a fim que os diversos materiais sejam segregados

A Usifort, localizada no quilômetro seis da BR-116, tem estocado 300 mil metros cúbicos de resíduos resultantes de demolições. O montante é suficiente para a construção de 50 mil casas, segundo Marcos Kaiser. Com o que um dia foi tratado como entulho ou lixo, a usina fabrica uma linha de produtos ecológicos que inclui a brita, concreto, brita corrida, meio-fio, manilhas, boca-de-lobo, estacas, tampa para bueiros, pó de pedra e multimistura.

Tijolo ecológico

Além desses itens, um dos carros-chefe da empresa é o tijolo ecológico. Ele é feto do chamado resíduo classe "A" reciclado e misturado ao cimento. É prensado e curado, no mínimo, por um período de sete dias. O processo não utiliza a queima de lenha. Marcos assegura que "ele pode ser utilizado em qualquer tipo de edificação, principalmente onde se busca rapidez, o menor custo e a beleza no acabamento".

A prática de recolher o entulho para reciclar na usina está dando lugar ao trabalho in loco. Graças à aquisição de um equipamento chamado pulverizador, capaz de fazer a separação do resíduo -concreto e ferro- na própria obra demolida e, através da unidade móvel de britagem, construir os tijolos. "A prensa hidráulica de blocos ecológicos nos permite não retirar um só grão de areia da natureza e não queimar nenhuma árvore, evitando soltar monóxido de carbono na natureza", destaca o empresário Marcos Kaiser.


O tijolo ecológico é todo feito a partir do material que foi reciclado das construções demolidas e pode ser utilizado em qualquer tipo de edificação

Uma máquina chamada britadora/impactadora facilita o trabalho. Ela recebe o entulho, realiza a separação magnética do ferro e produz o agregado reciclado que vai ser usado para a confecção dos produtos. O plástico e a madeira que são separados no processo de reciclagem são encaminhados às cooperativas que trabalham com esses resíduos.

Gesso

Outro material que está sendo aproveitado em parte é o gesso. Sua destinação é o campo. "Pode ser utilizado como corretivo do solo. Exceto se tiver sido pintado. Nesse caso, por enquanto, não tem jeito, já que a tinta pode contaminar o solo por ocasião do período chuvoso".

Para se ter uma ideia da precisão com que tudo é devidamente segregado, é possível encontrar na usina grande quantidade de paralelepípedos retirados das ruas antigas de Fortaleza, como a Barão do Rio Branco, por exemplo. Alguns deles, a julgar pelo tamanho- um pouco maior do que os convencionais-, são da época do Império.

Ocupando uma área de 30 mil metros quadrados, a usina negocia com a Prefeitura um espaço maior, de 50 mil metros quadrados. "O nosso objetivo é manter todo o resíduo produzido aqui mesmo na Cidade. Transferi-lo para outro local, além do impacto com o transporte indevido causa perda de arrecadação, pois os impostos pagos iriam para outra prefeitura", frisa Kaiser.

Apartamentos

No local onde funciona hoje a Usifort, existe projeto para a construção de 580 apartamentos totalmente ecológicos. "Além do material usado na edificação dos imóveis, seu funcionamento será dos mais sustentáveis. A ideia é reaproveitar todo tipo de resíduo que for gerado, inclusive os orgânicos, que alimentarão um biodigestor que vai gerar o gás para consumo dos próprios moradores, além do reúso da água, somente para citar dois exemplos".

Presidiários

Outra prática da usina que está sendo renovada é o uso da mão de obra de ex-presidiários. "Estamos em negociação com o Conselho Nacional de Justiça para firmarmos um convênio para ressocialização daquelas pessoas condenadas a cumprir penas alternativas. Essa é uma tradição nossa. Por aqui já passaram cerca de 50 ex-presidiários. A nossa ideia é colocar para trabalhar mais de mil deles na construção civil", revela.

A empresa planeja a expansão dos negócios. Está prestes a abrir uma outra sede, desta feita, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), mais precisamente, no município de Caucaia. Uma área de aproximadamente 30 mil metros quadrados está sendo negociada com a Prefeitura local, às margens da BR-020, no quilômetro dois.

Dentre as principais obras realizadas em Fortaleza nos últimos anos com a participação da Usifort, podemos citar o recém inaugurado Centro de Feiras e Eventos, a Central de Pequenos Negócios (novo Beco da Poeira) e a Avenida Maestro Lisboa.

Estoque

300 mil metros cúbicos de resíduos sólidos (entulhos) estão estocados na Usifort, o suficiente para bancar a construção de nada menos que 50 mil moradias

fonte:http://diariodonordeste.globo.com/m

publicado por adm às 09:56

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